sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Amor é Sorte *

“Sexo é escolha, amor é sorte...” (Amor e Sexo, Rita Lee/Arnaldo Jabor)

Sexta-feira 13, dia de superstição pra muita gente. Sendo treze de agosto então, nem se fala. Aí estava eu, a caminhar pelo fim da tarde, vendo o céu em tons de laranja, azul claro e as primeiras estrelas surgindo e pensei: Sorte. Nesse dia controverso, onde sorte e azar se misturam, dependendo do ponto de vista do observador, pensei em alguns momentos da minha vida, e como fui presenteada com algo que não tem preço, não tem como mensurar, e poucos o ganham, em forma plena, o amor.

Ah, o amor... “Que nasce não sei como, vem não sei de onde e vai não sei porque...”. Esse amor que só é realizado nos filmes de amor e no último capítulo das novelas, e na vida real está muito mais para platônico, fora do eixo, desorientador do que simplesmente apaziguador do nosso coração. Porque não é simples como nas ficções?

“O amor na prática é sempre ao contrário”, já dizia o poeta, e isso é verdade. E é um daqueles presentinhos mágicos que certas pessoas sortudas recebem, às vezes sem merecer, e alguns merecedores se questionam de porque não receber. Ele não é uma equação matemática do tipo: se eu faço tudo certo + sou uma boa pessoa + sou honesta, tenho bom caráter e disposição = ganho um amor de presente.

Você pode fazer tudo certo, sentar pra esperar, deitar porque cansou de sentar, dormir, porque cansou de ficar deitado, acordar numa ressaca emocional e o amor estar nem aí pra você. Nem perto de chegar. E você pode simplesmente piscar, dar “oi” pra um novo coração depois de mal ter acabado de dar “tchau” pra outro, e pimba! – Olha o amor aí te pegando desprevenido.

Ele não é como lutar por um emprego pelo qual se esforçou muito, e teve o mérito. Não é como uma prova que deseja passar, estudou muito, e teve sua recompensa. É apenas uma questão de sorte. O que eu, particularmente, acho uma tremenda injustiça. Todos merecem um amor. Mas se nem todos o merecem, que recebam os que façam valer a pena, e não aqueles que o deixam passar sem perceber seu valor. Porque nesse mundo, há toda sorte e tipo de gente: dos que amam amar e dos que amam ficar longe do amor. E se cabe à sorte e ao azar decidir o premiado da vez nessa loteria, que vença o que faz apostas, e não o que acha o bilhete perdido no meio de uma calçada.

Mas não é assim que acontece, e tudo isso tem um porque: quem o tem e deixa passar, um dia irá lamentar. Quem quer, faz por merecer e custa a ter, em uma bela tarde cinzenta, sem prazeres e expectativas, o encontrará molhado sob uma tempestade, amassado numa esquina qualquer, coberto de poeira quase impercebível, e apesar de pouco convencional e nada notável, não haverá dúvidas que ali estava, então, o tempo todo, escondida a sua sorte. Num cantinho bem guardado pra só você achar, e ninguém te roubar. Um bom amor a todos...

“Não tenha dúvidas, pois isso não é mais secreto. Juntos morreríamos, pois nos amamos. E de nós, o mundo ficaria deserto...” (Meu Mundo Ficaria Completo, Cássia Eller)

By Nine

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